OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS
VOTAÇÃO DE 2020
VOTAÇÃO DE 2020
As expectativas raramente são benéficas quando se trata de cinema. Há, sempre, a necessidade se deixar levar por uma obra para que ela tenha a oportunidade de provar o seu valor. Preconceber julgamentos antes de ter contato real com o objeto pode ser um gesto que venha a desmerecer ou enaltecer o que, a partir de uma visão neutra, não passaria de merecedor de opiniões medianas, mornas.
Quando se trata de algo que, para a maioria de nós, pode ser tão próximo (ou precisa ser) — como o cinema potiguar por exemplo — tudo ganha mais contornos. Isso porque um dos ganchos mais utilizados em nossa arte é a identificação. Se há o desejo de que o filme toque o público, é quase imprescindível que haja algum reconhecimento próprio no que se assiste. Não há, nesse sentido, imparcialidade. Todos temos histórias de vidas diferentes, particularidades intransferíveis... e tudo o que nos constrói acaba moldando essa assimilação.
É verdade que, para um julgamento crítico, é interessante que se faça o possível para que gostos pessoais não maculem o todo, mas jamais se pode deixar de lado o que se é — a crítica também é o pensar sobre o gosto pessoal. Se nos abrirmos para uma completa neutralidade, podemos nos tornar um tanto quanto robóticos e, no final das contas, acabamos criando a noção errada de que cinema — como arte que é — pode ser algo exato, quando, na verdade, é bem subjetivo.
Ao fazer uma lista, estamos invocando tanto aspectos objetivos e concretos (como a qualidade técnica, a competência da equipe) quanto os subjetivos (quem somos e o porquê de tais filmes serem marcantes em nós mesmos). E a experiência frente a uma obra tem, por si só, uma carga enorme, visto que é, na prática, a forma de se entrar em diálogo tanto com o trabalho realizado quanto conosco; é, ao mesmo tempo, íntimo e totalmente expansivo.
Pensar o cinema é uma das formas mais contundentes de conhecer o próximo e conhecer a nós mesmos. E, desse modo, entrar em contato com o cinema realizado por quem está bem ao nosso lado, em uma luta diária contra um sistema geralmente opressor, é uma maneira de também se engajar em uma batalha que é de todos. Quem realiza audiovisual em nosso estado (e em nosso país) não o faz como hobby. Em cada cena, em cada palavra dita, em cada frame vivem sonhos, dores, frustações, tristezas, felicidades, suor, lágrimas e força, muita força... e tudo só faz sentindo quando chega até o público.
E como público quero dizer sobre todos nós, porque o crítico é, somente, um espectador que, ativamente, pensa no que assistiu e escreve. Nós, da ACCiRN, só desejamos que nosso cinema seja assistido, repercutido, reconhecido e que, através dele, possamos nos ver e, reconhecendo-nos nele, criarmos, cada vez uma, identificação: uma que não seja individual, mas que, com orgulho, possa fazer coro à grandeza do nosso cinema como um todo.
Listas, enfim, não trazem verdades absolutas. Essa, na verdade, nunca deve ser a meta da crítica. Nossas escolhas dizem muito mais sobre quem somos do que sobre os filmes escolhidos. Somos plurais, temos gostos variados e enxergamos o cinema de muitas formas. Não temos a unanimidade e nem queremos ter. O que mais desejamos é que, juntos, possamos pensar o cinema, vê-lo como múltiplo e entendermos que o mundo é complexo demais para que desejemos ser suficientes.
E como mundo queremos dizer sobre três: o potiguar, o nacional e o internacional. Cada um com suas diversidades, grandezas e particularidades; cada um como representante de si, com suas identificações e suas razões de ser.
Quando se trata de algo que, para a maioria de nós, pode ser tão próximo (ou precisa ser) — como o cinema potiguar por exemplo — tudo ganha mais contornos. Isso porque um dos ganchos mais utilizados em nossa arte é a identificação. Se há o desejo de que o filme toque o público, é quase imprescindível que haja algum reconhecimento próprio no que se assiste. Não há, nesse sentido, imparcialidade. Todos temos histórias de vidas diferentes, particularidades intransferíveis... e tudo o que nos constrói acaba moldando essa assimilação.
É verdade que, para um julgamento crítico, é interessante que se faça o possível para que gostos pessoais não maculem o todo, mas jamais se pode deixar de lado o que se é — a crítica também é o pensar sobre o gosto pessoal. Se nos abrirmos para uma completa neutralidade, podemos nos tornar um tanto quanto robóticos e, no final das contas, acabamos criando a noção errada de que cinema — como arte que é — pode ser algo exato, quando, na verdade, é bem subjetivo.
Ao fazer uma lista, estamos invocando tanto aspectos objetivos e concretos (como a qualidade técnica, a competência da equipe) quanto os subjetivos (quem somos e o porquê de tais filmes serem marcantes em nós mesmos). E a experiência frente a uma obra tem, por si só, uma carga enorme, visto que é, na prática, a forma de se entrar em diálogo tanto com o trabalho realizado quanto conosco; é, ao mesmo tempo, íntimo e totalmente expansivo.
Pensar o cinema é uma das formas mais contundentes de conhecer o próximo e conhecer a nós mesmos. E, desse modo, entrar em contato com o cinema realizado por quem está bem ao nosso lado, em uma luta diária contra um sistema geralmente opressor, é uma maneira de também se engajar em uma batalha que é de todos. Quem realiza audiovisual em nosso estado (e em nosso país) não o faz como hobby. Em cada cena, em cada palavra dita, em cada frame vivem sonhos, dores, frustações, tristezas, felicidades, suor, lágrimas e força, muita força... e tudo só faz sentindo quando chega até o público.
E como público quero dizer sobre todos nós, porque o crítico é, somente, um espectador que, ativamente, pensa no que assistiu e escreve. Nós, da ACCiRN, só desejamos que nosso cinema seja assistido, repercutido, reconhecido e que, através dele, possamos nos ver e, reconhecendo-nos nele, criarmos, cada vez uma, identificação: uma que não seja individual, mas que, com orgulho, possa fazer coro à grandeza do nosso cinema como um todo.
Listas, enfim, não trazem verdades absolutas. Essa, na verdade, nunca deve ser a meta da crítica. Nossas escolhas dizem muito mais sobre quem somos do que sobre os filmes escolhidos. Somos plurais, temos gostos variados e enxergamos o cinema de muitas formas. Não temos a unanimidade e nem queremos ter. O que mais desejamos é que, juntos, possamos pensar o cinema, vê-lo como múltiplo e entendermos que o mundo é complexo demais para que desejemos ser suficientes.
E como mundo queremos dizer sobre três: o potiguar, o nacional e o internacional. Cada um com suas diversidades, grandezas e particularidades; cada um como representante de si, com suas identificações e suas razões de ser.
Sihan Felix (presidente da ACCiRN)
05 de janeiro de 2021
05 de janeiro de 2021
- O Sétimo Selo
- O Poderoso Chefão
- 2001: Uma Odisseia no Espaço
- Cidadão Kane
- Um Corpo Que Cai
- As Harmonias Werckmeister
- O Iluminado
- O Encouraçado Potemkin
- Aurora
- Amor à Flor da Pele
- Metrópolis
- Ladrões de Bicicletas
- Persona
- O Poderoso Chefão 2
- Luzes da Cidade
- Apocalypse Now
- 8¹/²
- Os Incompreendidos
- Os Sete Samurais
- Cinema paradiso
- Satantango
- Era Uma Vez no Oeste
- Jeanne Dielman, 23, quai du commerce, 1080 Bruxelles
- E Agora, Aonde Vamos?
- Luz de Inverno
- Cidade dos Sonhos
- Os Bons Companheiros
- Amores Brutos
- Notícias de uma Guerra Particular
- Asas do Desejo
- A Estrada da Vida
- Ferrugem
- O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
- A Cor Púrpura
- Blade Runner, O Caçador de Andróides
- A Regra do Jogo
- Rocco e Seus Irmão
- ... E o Vento Levou
- Amarcord
- Era uma Vez na América
- Taxi Driver
- Batismo de sangue
- Big Little Lies (série)
- O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
- Casablanca
- A Paixão de Joana D’Arc
- Pulp Fiction
- Sangue Negro
- A Felicidade Não se Compra
- Spartacus
- No Intenso Agora
- O Espelho
- Laranja Mecânica
- O Império do Sol
- A Origem
- O Grande Ditador
- Era uma Vez em Tóquio
- A Lista de Schindler
- Retrato de uma Jovem em Chamas
- Luzes da Ribalta
- Solaris
- Psicose
- Viver
- O Fabuloso Destino de Amélie Poulain
- Buena Vista Social Clube
- O Estranho que Nós Amamos
- Nascido Para Matar
- A Liberdade é Azul
- Barry Lyndon
- O Sacrifício do Cervo Sagrado
- Bom Dia, Vietnã
- Os Melhores Anos das Nossas Vidas
- Cabra Marcado Para Morrer
- Crepúsculo dos Deuses
- O Poderoso Chefão 3
- Se Meu Apartamento Falasse
- Alemanha, Ano Zero
- A Fraternidade é Vermelha
- Touro Indomável
- Que Horas Ela Volta?
- Festim Diabólico
- O Enigma de Outro Mundo
- Quando Explode a Vingança
- A Palavra
- Rashomon
- Acossado
- Cantando na Chuva
- O Leopardo
- La La Land: Cantando Estações
- O Exorcista
- A Doce Vida
- Fargo
- Cinzas do Passado
- Fanny & Alexander
- Noites de Cabíria
- O Samurai
- Eu, Daniel Blake
- Tempos Modernos
- O Gabinete do Dr. Caligari
- Quanto Mais Quente Melhor
0S 50 MELHORES FILMES NACIONAIS DE TODOS OS TEMPOS
VOTAÇÃO DE 2020
VOTAÇÃO DE 2020
- Cabra Marcado para Morrer
- Limite
- Deus e o Diabo na Terra do Sol
- Eles Não Usam Black Tie
- Macunaíma
- O Pagador de Promessas
- Pixote: A Lei do Mais Fraco
- Os Fuzis
- Rio, 40 Graus
- O Bandido da Luz Vermelha
- O Beijo da Mulher-Aranha
- Cidade de Deus
- Terra em Transe
- São Paulo, Sociedade Anônima
- Central do Brasil
- A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968)
- Memórias do Cárcere
- Lavoura Arcaica
- Matou a Família e Foi ao Cinema
- Carlota Joaquina, Princesa do Brasil
- Noite Vazia
- Amarelo Manga
- Vidas Secas
- Aquarius
- O Que é Isso, Companheiro?
- À Meia-Noite Levarei a Sua Alma
- Edifício Master
- Abril Despedaçado
- Notícias de uma Guerra Particular
- Bicho de Sete Cabeças
- O Palhaço
- Jogo de Cena
- O Auto da Compadecida
- Santiago
- Estômago
- Dona Flor e Seus Dois Maridos
- Ganga Bruta
- Os Cafajestes
- Que Horas Ela Volta?
- O Som ao Redor
- Cinema, Aspirinas e Urubus
- O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
- ABC da Greve
- Todas as Mulheres do Mundo
- Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia
- São Bernardo
- Assalto ao Trem Pagador
- Madame Satã
- A Hora da Estrela
- Tropa de Elite